Dando uma pausa
nas viagens internacionais, chegou a hora de conhecer um pouco mais do nosso
Brasil. O destino hoje é uma ilha que fica a leste do Estado do Rio Grande do
Norte e formado por 21 (vinte e uma) ilhas e ilhotas. Trata-se de Fernando de
Noronha, distrito do Estado de Pernambuco e dona de visuais de tirar o fôlego.
Sua história nos leva ao período das grandes navegações portuguesas, aonde a
ilha possuía um nome diferente do atual: Ilha de São João da Quaresma. Por
volta de 1504, o monarca D. Manuel I resolveu doar a ilha para o então
proprietário da capitania hereditária da época, que era o Fernão de Loronha. Desde
então, a ilha passou a se chamar de Fernando de Noronha e após longo período abandonada,
se tornou por muitos anos uma prisão. Esse polo turístico que conhecemos é
recente e bastante aproveitado por conta da proximidade entre a ilha e as
cidades de Natal e Recife, que favorece a ligação diária. Antes do pouso, os
passageiros que escolheram o lado esquerdo do avião, serão presenteados com uma
vista panorâmica da ilha, por alguns pilotos realizarem o contorno da ilha
antes do pouso.
As portas do
avião se abrem e se inicia o desembarque. Este é o momento curioso aonde é
notório o movimento frenético de câmeras fotográficas e filmadoras dos turistas,
que tentam registrar cada momento em Fernando de Noronha. Não é por acaso,
afinal o turista se depara de cara com ponto mais alto da ilha, que é o Morro
do Pico (321 metros) com as aeronaves de atores coadjuvantes. Registrados
alguns desses momentos chega a hora de pagar a conhecida e de certa forma
absurda “taxa de preservação da ilha”. O
valor varia a cada ano e atualmente custa em torno de R$ 45,60 (quarenta e
cinco reais e sessenta centavos) cada dia de permanência por lá. Para não
perder tempo na chegada, é possível realizar o pagamento diretamente no site do
Governo do Estado de Pernambuco (http://www.noronha.pe.gov.br/),
bastando apenas entrar na outra fila do desembarque e comprovar o pagamento.
Assim, o próximo passo é pegar a bagagem na modesta esteira e começar a viagem.
A impressão que
fica é que independente do seu local de hospedagem, sempre haverá um transfer do aeroporto para o centro da
cidade (na ida ou na volta). Tudo em Noronha é caro, mas basta visitar o
arquipélago na baixa estação e constatar que é possível até negociar o preço de
algumas atrações, além de conseguir hospedagens mais baratas. Isso acontece por
conta da baixa procura pela ilha e movimento durante a baixa estação. Sem dúvidas
o lugar mais central e interessante para se hospedar é o bairro da Vila dos
Remédios, que é o centro histórico da ilha e se estende até o mar, se
encerrando na famosa Praia do Cachorro. No bairro é possível encontrar
supermercados, restaurantes, bares e inclusive o lugar de maior agito na vida
noturna, que é o Bar do Cachorro.
Uma curiosidade
é que em Fernando de Noronha se encontra a segunda menor rodovia do Brasil, com
apenas 7 km de extensão. É parte dela que pegamos para chegar até a Baía de Santo
Antonio. Por lá, encontramos o porto da ilha, e local de partida e chegada de
diversas embarcações de pescadores e outras turísticas que mostram Noronha por
outro ângulo. Por conta de um naufrágio no passado de uma embarcação grega, o
navio Eleani Sthatathos, embarcações
maiores não conseguem atracar no porto. Ao turista, duas espécies de cruzeiros
são oferecidos: uma grande embarcação que oferece um passeio ao redor da ilha,
com vendas de bebidas e comida a bordo, que custa cerca de R$ 90,00 (noventa reais),
ou o meu preferido, que é uma lancha privada e custa R$ 1.000,00 (mil reais) a
ser dividido pela quantidade de pessoas a bordo. A maior diferença é que a
lancha é um passeio privado/ vip e com tudo incluso, inclusive comidas
(churrasco e peixe pescado na hora) e bebidas (cerveja, água, refrigerente). De
resto tudo é oferecido em ambas, como o famoso passeio de planasub, mergulho em um ponto no mar de dentro e o tempo de
duração que pode ser 04 (quatro) horas ou o dia inteiro.
Jantar do Zé Maria. |
A noite reserva
uma atração que mexe com o paladar do turista. É o festival gastronômico do Zé
Maria, que fica na pousada que leva o mesmo nome. Uma variedade de pratos
feitos de frutos dos mares, saladas e carne, é de dar água na boca. Para poder
aproveitar, é preciso fazer uma reserva e o pagamento no valor de R$ 120,00
(cento e vinte reais), que dá direito ao buffet
livre, mas com bebidas sendo pagas a parte. O dono do empreendimento e da
ideia, o próprio Zé Maria, faz questão de apresentar cada prato feito, que vai
desde pratos típicos do Nordeste brasileiro como carne de sol, até delícias do
mar como peixes especiais, sushis ou
saladas. Após o jantar principal, é oferecido uma outra infinidade de
sobremesas. Sem dúvidas nenhuma vale muito a pena conferir.
O passeio mais procurado
é o ilhatur (R$ 100,00), que todos
devem fazer pelo menos uma vez. O tour é quase completo ao redor da ilha, não
sendo incluído o passeio pelo centro histórico (que ñão será problema para quem
estiver hospedado no bairro da Vila dos Remédios). Essa volta pela ilha é feita
por veículos Land Rover, Hilux, L-200 ou
Buggys e levam o dia todo. Por conta
disto, é recomendado que se leve protetor solar, para aguentar os raios solares
(que são bastante fortes), repelentes (contra os diversos mosquitos), bonés, sapatos
velhos/ sandálias Crocs e etc. O importante é sentir-se bem e confortável, pois
são muitas trilhas, com inclinações e solos diferentes.
Quem diria que a
praia mais bonita do Brasil encontra-se tão afastada do continente, não é? Ela
fica lá em Fernando de Noronha, na praia do Sancho. A primeira parada do ilhatour, só há uma forma um pouco
incômoda de acesso a este paraíso: descendo uma escadaria numa fenda, além de
outro trecho de pedras e areia até chegar até a praia. Seu mar bastante
cristalino além de encantar, permite que sejam observados ocasionalmente
algumas espécies marinhas e cardumes de peixes. Via de regra, os guias do
passeio permitem um tempo, que varia de 30 (trinta) minutos a uma hora, para
que seja possível curtir melhor essa maravilha da natureza, seja mergulhando ou
apenas admirando.
Morro dos Dois Irmãos ao fundo. |
Cenário de um
dos mais conhecidos cartões postais da ilha, a Praia da Cacimba do Pare e Baía
dos Porcos é onde está o famoso morro dos “Dois Irmãos”, que é apelidado de “Fafá
de Belém”, por terem formatos de dois seios enormes. Além do acesso à praia, há
inúmeras trilhas para o turista não perder um ângulo das belezas naturais de
Fernando de Noronha. Em seguida, o destino é a Praia do Sueste, que possibilita ao turista um mergulho livre para poder ver
de perto a diversidade marinha da ilha. Algumas espécies são bastante comuns
nesta praia, como tubarões, arraias, tartarugas gigantes e inúmeros cardumes de
peixes exóticos, que faz parecer que estamos num documentário do Discovery Channel. Tudo isto só é possível
com o aluguel de R$ 15,00 (quinze reais) do material para o mergulho como
nadadeiras e snorckel com máscara. A sugestão é cada um levar o seu
próprio equipamento, uma vez que não acredito que eles lavem o “canudinho” do snorckel na devolução.
Praia da Atalaia, lembra o Caribe |
A praia mais
fantástica é sem dúvidas a da Atalaia. Esse
nome é uma referência à Ilha do Frade que
fica justamente na frente da praia e lembra o formato de um monge ajoelhado. Apesar
de pequena, algumas regras são seguidas para a visitação, uma vez que o IBAMA tenta
ao máximo preservar as características do ecossistema e das espécies ali
presentes. Diariamente só é possível entrar 100 (cem) pessoas na praia, em
grupos diferentes e que só podem permanecer nela por apenas 20 (vinte) minutos,
além de não ser permitido o uso de protetor solar, bronzeador ou nadadeiras. O
ideal é ir cedo, para aproveitar a maré baixa, que forma uma piscina natural
com águas cristalinas, além de ser possível nadar com pequenos tubarões e
arraias e observar diversas espécies de peixes e lagostas, por exemplo. Uma
curiosidade é a profundidade da água, que é de apenas 80 (oitenta) centímetros.
Desta forma, eles aconselham aos que não conseguem flutuar, usar um colete para
não tocar os pés ou mãos no fundo da água e assim assustar as espécies que ali
residem.
Que tal visitar
a praia mais badalada da ilha? Localizada próxima ao Bairro da Vila dos
Remédios, é uma excelente opção para o banho e mergulho com cilindro. A Praia
da Conceição, que em períodos de alta estação e feriados é embalada com DJs e
muitas festas também é ótima para se tomar uma boa cerveja ou caipirinha,
conversando com amigos ou familiares. A melhor opção para isto é o Bar do Duda
Rei (http://www.bardudarei.com.br/),
que apesar de praticar preços muito altos nas bebidas, é bastante badalado.
Para completar, o famoso Morro do Pico completa o visual do turista para a
viagem ficar sempre na memória.
Filé de tubarão com camarão |
Como um grande
admirador dos tubarões, eu não poderia deixar de conhecer o Museu do Tubarão e conhecer
um pouco mais dessas espécies aquáticas e ter a certeza, conforme estudos que
eles não gostam da carne humana. Geralmente os ataques são erros de
interpretação, que eles apenas abocanham o humano e soltam. Por lá também é
possível provar uma iguaria: o bolinho de tubalhau. Um primo distante, mas de
sabor parecido com o bolinho de bacalhau. O curioso é que antes mesmo de
desembarcar na ilha, eu já pretendia experimentar a carne do tubarão. O bolinho
foi frustrante, pois o sabor já era conhecido, mas quando entrei no Restaurante
da Edilma e pedi um filé de tubarão bico fino coberto de molho de camarão, tudo
mudou. É um prato bastante saboroso e vale a pena provar. Uma pena não
encontrar facilmente essa iguaria no continente.
Não deixem de
acessar o vídeo que fiz e está disponível no meu canal do YouTube sobre
Fernando de Noronha. Basta clicar abaixo ou acessar www.youtube.com/ticoso:
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